Certamente, em um país onde mais de 71 milhões de brasileiros têm dívidas atrasadas, a recuperação de crédito emerge como um pilar essencial para a estabilidade do sistema financeiro e das relações comerciais.
Conforme dados do Serasa, o país registrou um considerável aumento na
inadimplência nos últimos anos, atingindo milhões de pessoas físicas e jurídicas, sendo que as faixas etárias com maiores fatias de nome restrito são de 41 a 60 anos, representando 35,0%, e 26 a 40 anos, correspondendo a 34,6% do total de inadimplentes.
A legislação brasileira dispõe de mecanismos específicos para lidar com a recuperação de crédito, tanto no âmbito judicial quanto extrajudicial. No entanto à inadimplência tem se tornado um processo ainda mais moroso e custoso para os credores quando não são aplicadas estratégias inteligentes e efetivas.
Uma estratégia facilitadora e importante para driblar os desafios do
inadimplemento está na indicação de bens como garantia da execução, um recurso previsto pela legislação brasileira para resguardar os direitos dos credores, e que se mostram altamente eficazes para que o credor não fique em prejuízo.
Nesse contexto, um enfoque multidisciplinar, combinando conhecimento jurídico, gestão de dados e estratégias de negociação, torna-se essencial para enfrentar os desafios crescentes do inadimplemento.
A importância da recuperação de crédito, sob uma perspectiva jurídica, reside na preservação dos direitos do credor estabelecidos nos contratos, bem como na busca por soluções que assegurem o cumprimento das obrigações assumidas pelo devedor. Diversas alternativas são oferecidas, como execução de títulos executivos extrajudiciais, ação de busca e apreensão de bens, além de procedimentos extrajudiciais como negociação e notificações.
A eficácia da recuperação de crédito depende não apenas da aplicação adequada da legislação vigente, mas também da utilização de ferramentas tecnológicas que agilizem a análise de dados, identificação de perfis de inadimplência e permitam ações mais eficientes na busca pelo recebimento do crédito devido.
O investimento em profissionais qualificados e tecnologias que aprimorem os processos de recuperação de crédito é essencial para alcançar não apenas a satisfação dos credores, mas também a resolução ágil e justa dos conflitos, visando proteger a saúde financeira do mercado.
Mikaella Gois,
Advogada Associada.